sábado, 11 de dezembro de 2010

Aécio, "o príncipi di Maquiavér"

Texto do Reinaldo Azevedo

O PT de Minas tem lá seus motivos para estar bravo, sem dúvida: com efeito, a candidatura de Helio Costa (PMDB) foi imposta ao partido, foi preciso condescender muitas vezes com Aécio Neves, a direção nacional atuou de forma decisiva ali… E tudo isso valeu o quê? Ora, em boa medida, a eleição de Dilma Rousseff à Presidência— uma "mineira", uai! Ou não é? Parece de bom tamanho!

A política de aproximação do partido com Aécio Neves não foi exatamente uma imposição, não é mesmo?, mas uma escolha. Não foi assim que PSDB e PT elegeram juntos Márcio Lacerda, do PSB, prefeito de Belo Horizonte? Ele seria a expressão daquele tal pós-lulismo de que falava Aécio, coisa em que o PT e Lula jamais apostaram (imaginem se o Apedeuta acredita que possa haver qualquer coisa de interessante DEPOIS dele; nunca teria havido nem antes!!!). Para os petistas, o arranjo foi útil porque criava uma perturbação importante na oposição; já o então governador pretendia demonstrar que ele é a superação da clivagem PT X PSDB, que seria expressão de contendas de… São Paulo. O resto do Brasil, a começar por Minas, não teria nada a ver com esse confronto.

Quem ganhou com isso? O PT mineiro, sem dúvida, perdeu espaço, mas é fato que Aécio — ele, não o PSDB — saiu lucrando. Basta olhar o resultado das urnas. E o PT, o nacional, também levou o que queria: a maioria de Minas, maioria expressiva, votou em Dilma Rousseff. Serra, adversário do PT e de Aécio, perdeu a eleição. "Ah, mas o PSDB não se deu mal só em Minas!" É verdade! Mas a história da eleição poderia ter sido outra sem o histórico de fraturas entre os tucanos mineiros e paulistas.

Vejo agora o chororô do PT de Minas… No alvo, como sempre, os "paulistas". Ao supostamente reagir contra o esmagamento a que foi submetido, tendo muitas vezes de se subordinar a Aécio, o PT mineiro referenda, à sua moda, a estratégia de… Aécio!!!

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